“Nevermind”: o álbum que virou a chave no mundo da música

Douglas Ramalho
3 min readFeb 19, 2021

Esse álbum clássico irá fazer 30 anos do seu lançamento, em Setembro/2021. Está listado entre as obras mais importantes da história da música, desbancando o álbum “Dangerous” do Michael Jackson no top 200 da Billboard, nos anos 90. Um álbum avassalador, que meteu o pé na porta, transformando todo o conceito musical da época, que tinha como ênfase o glam rock e que foi fundamental para o surgimento de outras vertentes. É um dos meus álbuns preferidos, principalmente por marcar a entrada do Dave Grohl, atual líder do Foo Fighters, na bateria.

O som de Seattle, cidade natal da banda, era muito mais visceral, letras com temáticas mais densas como abuso sexual, drogas, traumas, sexualidade, etc. A estrutura musical, embora com influências do punk/hardcore e até mesmo o heavy metal, não se encaixava em nada. Foi intitulado de grunge, algo que soa como “sujo”, rótulo rejeitado pelas bandas da época. Kurt queria o disco tão pesado quanto o “Seasons In the Abyss” do Slayer, daí a ideia de trazer Andy Wallace para mixar o álbum, embora ele não tenha gostado do resultado final. O disco custou 65 mil dólares e a gravadora, Geffen Records, não tinha muita pretensão com o disco, prevendo uma venda de apenas 250 mil cópias. O álbum vendou mais de 10 milhões de cópias só no EUA durante o seu lançamento.

Fui ouvir Nirvana com os meus 12 anos de idade, mas minha primeira lembrança com a banda é de quando eu tinha meus 05 anos. Minha mãe trabalhava na New Ótica, na Rua Dias da Cruz, no Méier-RJ, perto do antigo Imperator e lá tinha uma loja de rua que vendia camisas de banda na calçada e as camisas do Nirvana ou com o rosto do Kurt Cobain sempre estavam em destaque e me chamava bastante a atenção, mesmo sem saber quem eles eram, pois via várias pessoas usarem. Lembro de pedir a camisa deles, mas minha mãe preferiu me dar a fita cassete de um filme infantil da época.

Um amigo que foi no show deles, no Hollywood Rock Festival, na Praça da Apoteose, em Janeiro/1993, disse que foi um show hipnotizante, icônico e que ainda teve a presença ilustre do Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers, tocando trompete em “Smells Like Teen Spirit”. Em termos técnicos, o show não foi tão bom (show disponível no Youtube), mas o Nirvana representava o grito de uma geração e quem estava lá queria vê-los tocando ao vivo e a cores. Esse festival ainda teve L7, Alice in Chains, Red Hot Chilli Peppers, etc.

https://www.youtube.com/watch?v=GaOKPFNf1Pk

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